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Archive for Julho, 2004

IAMCR – Porto Alegre

Enquanto não estão disponíveis – como promete a organização – todas as comunicações apresentadas na conferência da International Association for Media and Communication Research (IAMCR), deixo duas notas, escritas ainda a partir de Porto Alegre:

– É muito interessante perceber como o campo de estudos da comunicação está a ser agitado pelo digital. Há quem tenha dificuldade em perceber onde se encaixam estas coisas novas em que as pessoas se envolvem. A publicação pessoal, o acesso facilitado e a multiplicação das fontes e processos de informação vieram baralhar alguns esquemas de análise já muito estruturados. mas será que isso é mau?

– Gostei muito de conhecer gente como a Raquel Recuero e o Alex Primo, empenhados em abrir caminho por entre tantas dúvidas.

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Pausa

O Atrium vai parar durante algum tempo.
Esta semana vai ser precisa para acabar o texto sobre weblogs que, em conjunto com o Manuel Pinto, devo apresentar na próxima, em Porto Alegre, na conferência da IAMCR.
Portanto, até Agosto fica apenas acesa a chama piloto.

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cplp – 8 anos

A CPLP faz hoje oito anos.
Não embarco no discurso do rasgado elogio mas, de forma igual, não me enquadro com o miserabilismo da argumentação oposta. Prefiro pensar – desde aquele dia 17 de Julho de 1996 – que a comunidade nunca será nem mais nem menos do que dela querem, a cada momento, os estados membros.
Foi assim no início, com Portugal a afastar-se temendo acusações de neo-colonialismo, com o Brasil a afastar-se porque o seu então ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Filipe Lampreia, nem sequer parecia saber muito bem onde era a Guiné Bissau ou São Tomé e Príncipe e, finalmente, com Angola a aproveitar para retirar alguns dividendos políticos em termos de credibilidade internacional. E – ressalvando as mundanças de posicionamento individual de cada um dos membros – continua ainda a ser assim agora.
A CPLP nunca será mais do que isso enquanto os dois potenciais países-motor da organização não se empenharem a fundo em algo mais do que a retórica dos discursos em dias de comemorações. Creio que, 30 anos depois da descolonização e – sobretudo isto – uma vez estabilizados (!) os regimes nos países africanos de expressão oficial portuguesa, Lisboa já poderia avançar com projectos mais arrojados, sem receio de acusações absurdas. O Brasil poderia, por seu turno, perceber não só as vantagens económicas de uma associação que tem membros em quase todos os continentes, mas também os retornos culturais e de aumento de auto-estima nacional que algumas iniciativas podem proporcionar.
Sendo a língua o mínimo denominador comum, porque não avançar, sem tibiezas, por aí – pela aposta em projectos culturais de encontro e de aprendizagem comum. Esta era, aliás, a ideia inicial do grande impulsionador do projecto, o embaixador Aparecido de Oliveira.
Neste dia de aniversário, o que temos é uma estrutura frágil, com recursos quase nulos e uma representatividade quase só alegórica. Aliás, o próprio site da organização reflecte tão depauperado cenário…quase todos os conteúdos estão em ‘remodelação’. Pois estão. Há pelo menos 8 anos.

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os olhos que temos – em verso

Encontrei uma ‘Ode ao Museu da Ciência Interactivo’ no blog de David Weinberger e achei que podia ter um carácter mais abrangente – uma observação fina sobre a forma como se vive, por estes dias, a relação com o conhecimento, a tecnologia e, sobretudo, o tempo.
Aqui vai a transcrição:

If it does not turn
you will not learn.
If it does not blare
you will not care.
If it does not bleep
you will go to sleep.
If it does not entertain
it will not enter your brain.
Not whore-ish?
It’s bore-ish.
Not fun?
Run run run.
Not a game?
Same old same.
Not TV?
Flee flee flee.

We just can’t decide which is true:
That science is dull or is it you?

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ser patriota

Tenho uma relação complicada com as posturas do Miguel Sousa Tavares. Reconheço-lhe talento, uma invulgar capacidade para argumentar e um sentido de oportunidade na escolha dos temas e das palavras correctas para os descrever/apresentar. Mas percebo também, em muitas situações, precipitação, falta de informação e alguma arrogância. Ou seja, exagero não fundamentado.
Feita esta ‘declaração de interesses’ prévia, confesso que senti esta manhã uma grande empatia relativamente a algo que escreveu, no Público, a propósito do momento político que atravessamos.
Um excerto:
Nestas coisas do amor à pátria tenho uma noção um bocado antiquada e simplista: acho que o amor à pátria consiste em estar disposto a servi-la em caso de necessidade sem perguntar primeiro “quanto?”, em declarar tudo o que se ganha ao fisco, em votar nas eleições, nem que seja em branco, em defender, por palavras e actos concretos, o seu património histórico, natural e cultural. A onda de histeria patriótica que invadiu o país a propósito do Euro deixou-me meio perplexo, como no dia 26 de Abril de 1974, ao descobrir, igualmente nas ruas, que, afinal, todo o país era composto de resistentes à ditadura. O patriotismo das emoções e das multidões é certamente mais fácil do que o patriotismo dos deveres serenamente cumpridos. Até porque o primeiro dura o espaço de um acontecimento e o segundo a vida toda“.
O resto está aqui.

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Jornalismo Participativo: mais do que blogar?

Recomendo a leitura da entrevista que Steve Rubel fez a Jay Rosen e que aparece no PressThink, a pretexto da “Global PR Blog week 1.0″.
Ali se fala de jornalismo participativo, de weblogs, da forma como as duas realidades podem encontrar-se.
Um excerto só:
(…)”blogging doesn’t have to be journalism to be good. Sometimes it is journalism, of a kind, which often depends on the daily output of the professional and commercial press, in the way that a second wave depends on the first. Sometimes it’s just good information about a place– and that’s journalism“.

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O Ministério da Ciência do Ensino Superior tornou hoje público o número de vagas no Ensino Superior para o ano de 2004/2005. Em termos globais registou-se um acréscimo de 4,2 por cento, com parte substancial dessa subida a dever-se a uma aposta nos cursos ligados à área dos cuidados de saúde.
Fiz uma leitura rápida da tabela com os 1050 cursos e listo, a seguir, as vagas atribuídas à Comunicação Social (noto que, nos casos em que uma instituição oferece licenciaturas separadas para várias áreas de Comunicação optei por listar apenas as vagas de ‘Comunicação Social’ ou ‘Jornalismo’):

U. Açores: 20 (novo)
U. Aveiro: 35 (=)
UBI: 44 (+3)
U. Coimbra: 40 (=)
U. T. Lisboa: 62 (=)
U. Nova Lisboa: 89 (=)
U. Minho: 65 (+11)
U. Porto: 70 (=)
UTAD: 70 (novo)
U. Algarve: 40 (-5)
I. P. Coimbra: 35 (=)
I. P. Leiria: 35 (-5)
I. P. Lisboa: 50 (=)
I. P. Portalegre: 40 (+5)
I. P. Setúbal: 45 (+10)
I. P. Viseu: 60 (+15)
I. P. Tomar: 35 (=)

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excesso de blogs – 2

Há dias falámos aqui num artigo da Wired onde Daniel Terdiman avançava com a hipótese de, também nos blogs, as pessoas desistirem por excesso de pressão. O tema mereceu o interesse de Steven Outing que aproveita para nos dar conta de alguns exemplos curiosos.

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BlogOn 2004 – pagina de recursos

A conferência “BlogOn 2004: The Business of Social Media” inicia-se já na próxima semana, em Berkeley.
O Blog da conferência está aqui, o programa é este e, enquanto não ouvimos resultados, podemos dar alguma atenção a esta extensa página de recursos disponibilizada.

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Serviço Público

Uma nota breve. Será até mais a partilha de um sentimento.
Acabei de assistir a um magnífico momento de televisão de serviço público que foi também um magnífico momento de televisão.
Ana Sousa Dias entrevistou António Cartaxo, uma das carismáticas vozes da Antena 2, responsável também por um pequeno momento diário, mesmo antes das 10h00, na Antena 1.
Comunicador naturalíssimo, Cartaxo abriu-nos a porta a algumas das muitas experiências de vida que teve. E falou com enorme carinho de um espaço que – muitos anos mais tarde – também eu conheci.
Ouvimos falar do Campo Grande onde se passavam férias ‘longe de Lisboa’, do seu cruzar diário com Mário Soares, da prisão do pai, da ida para Londres, das escapadelas cronometradas, da Strand ao South Bank, para ouvir concertos e ensaios, da forma como um camarada leu – mesmo contra a vontade de superiores – notícias sobre o massacre de Wiriamu, em Moçambique, assim as tendo dado a conhecer, em primeira mão, a muitos portugueses.
Tenho pena que o programa de Ana Sousa Dias tenha sido remetido para horas tão indignas (um mail que enviei à RTP sobre o assunto continua sequer sem uma resposta das debitadas por um qualquer gerador de frases), porque nos dá a conhecer pessoas tão completas. No caso do António Cartaxo – volto a dizer – um comunicador naturalíssimo.
O formato é muito interessante num canal que se diz de serviço público alternativo. A presença do António Cartaxo tornou-o num momento raro de comunicação.

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jornalismo nacional e euro 2004 – 2

O João Paulo Meneses, do Blogouve-se, resolveu escrever uma carta aberta ao presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, Óscar Mascarenhas, sobre a prestação do jornalismo nacional durante o Euro 2004.
O Óscar respondeu com uma longa série de argumentos, que vale, certamente, a pena ler.
Há dias, em post anterior, dizia ser necessário um debate sério, informado e enquadrado sobre o assunto. Espero que isto seja o início.

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Blogger burnout

Não será bem o caso dos tais 45 por cento de que falam os dados ontem apresentados pelo mentor do Technorati, mas outros há por esta blogosfera fora que começam por achar piada à coisa e que, a dado passo, lá se apercebem da sua dependência. O que acontece, porém, quando ela perde força? Muito poucos aguentam a estabilidade de um ‘blogar’ mais tranquilo (digo eu, que nem sequer levo ainda um ano de actividade consistente neste Atrium…).
O assunto surge tratado na Wired de hoje. Vale a pena passar os olhos.

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nova forma de media social: blogs + jornalismo

Interessante a mais recente reflexão de Mary Hodder sobre este tema (já gasto?) da relação entre os weblogs e o jornalismo.
Aqui fica um excerto (grandote!):
The bottom line is people are fed up with bad journalism and so blogs are a nice complimentary addition to get additional information on a story, fact checking, and for adding more complexity to the discourse. It is because of linking, which is the basis for online conversation across blogs, and our ability to find those who links to us, that makes the blog AND journalism social media equation different than what existed before the internet, between journalism and the public. Journalism used to be a very one-way affair (despite letters to the editor which relied on a big time lag, and a different place for publishing the letters than the articles discussed in the letters — front page verses page D9). Neither form, blogging or journalism, is a replacement for the other. In fact, they need each other and could not exist or live without each other at this point. Bloggers rely heavily on the reporting done in news stories, and Journalists often rely on stories bubbling up on the blogosphere — for both framing and a pointer to sources and events. But far more important is the social interaction and increased quality of discourse that occurs now that the internet with the rapid interactive quality of personal publishing is possible with the social technology tool that is blogging, as it mixes with traditional media“.

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Por cá seria já hoje – quarta-feira – quando a Technorati ultrapassou a marca dos 3 milhões de weblogs ‘seguidos’. E o ritmo é, ainda, de grande crescimento, segundo o CEO da empresa, David Sifry. Escreve ele, no seu blog, que num normal dia de semana, aparecem referenciados mais cerca de 15 mil blogs – um novo a cada 5,8 segundos.
As taxas de abandono também continuam altas – cerca de 45 por cento dos blogs listados não registam um post há mais de três meses

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