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Archive for Janeiro, 2006

A mais recente edição da Columbia Journalism Review brinda-nos com uma magnífica imagem – ilustrada – das voltas e mais voltas que pode dar uma ‘Carta ao Director’ de uma publicação antes de esta aparecer em público.
O caso envolve a reputada revista New Yorker e uma escritora, Valerie Lawson (a propósito deste artigo de 19 de Dezembro último), e é, à sua maneira, um exemplo da cristalização de algumas ideias perigosas entre jornalistas e responsáveis editoriais:

  • ‘o nosso trabalho é intocável’;
  • ‘só se queixa quem quer publicidade gratuita’;
  • ‘o trabalho vale menos se parecer que nem toda a investigação é original’.

Felizmente cada vez mais raras, estas ideias também fazem parte da resposta à pergunta: porque confiam as pessoas menos no jornalismo tradicional?

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O que vai no bolso

Estava a passar os olhos no blog da associação argentina 3.0 quando, ao ler uma entrevista de Steve Outing (Poynter) ao diário La Nacion, reparei numa das fotos que complementa o texto.

Na foto vê-se o que será o conteúdo típico dos bolsos de um estudante universitário norte-americano.

Neste contexto, o que nos diz Outing na entrevista ao La Nacion, ganha outra relevância:

La clave para su supervivencia (do jornalismo) es distribuir noticias donde los lectores-usuarios las demanden, es decir en formato papel, en la pantalla de una computadora, en el teléfono celular, en una PDA/Palm, el iPod o una consola de juegos. La gente de medios debe concentrarse, primero, en hacer periodismo, pero luego tener habilidad para producir contenido que se pueda distribuir en diferentes soportes“.

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Neil Postman – 20 anos depois

Duas décadas passadas sobre o lançamento de Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business, o livro que tornou conhecido Neil Postman, ainda valerá a pena recomendar a sua leitura?

Numa época em que “estar em frente ao ecrã” já tem um significado completamente diferente, ainda importará avaliar os argumentos desenvolvidos a pensar na TV?

A defesa do sim, pelo seu filho, Andrew Postman, no blog de Jay Rosen.

Um outro olhar aqui e uma listagem de recursos na net sobre Postman aqui.

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Na sequência da apresentação, por parte do Sindicato de Jornalistas do Reino Unido, de um código de conduta para a relação entre os media e os designados ‘colaboradores-testemunha’ (de que já aqui falámos), Simon Waldman aponta-nos duas leituras bem críticas: Neil McIntosh diz-nos que o texto é produto do medo, enquanto que Emily Bell nos fala em ‘receita para a imobilidade’.

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Dos blogs para o papel

Está já nas bancas o primeiro número da “Netizen“, uma revista editada pelos senhores que nos dão o Pointblog.
Se há blogs que resultam em livros, porque não também isto. É a prova – se ela fosse necessária – de que o espaço mediático está aberto e de que um mesmo projecto de base pode ter sequência em várias plataformas.
O blog da nova revista tem uma ligação para as fotos da sessão de lançamento.
Cheguei à informação original através do e-Cuarderno.

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O Pew Internet & American Life Project acaba de divulgar um estudo sobre os laços sociais na Net. Este “The Strength of Internet Ties – The internet and email aid users in maintaining their social networks and provide pathways to help when people face big decisions“, revela que, ao contrário do que poderia pensar-se, o estabelecimento de novos relacionamentos na Net não esmorece laços de proximidade física:
Instead of disappearing, people’s communities are transforming: The traditional human orientation to neighborhood- and village-based groups is moving towards communities that are oriented around geographically dispersed social networks.
People communicate and maneuver in these networks rather than being bound up in one solidary community. Yet people’s networks continue to have substantial numbers of relatives and neighbors – the traditional bases of community – as well as friends and workmates
“.
O ‘individualismo em rede’ alarga o espaço de contacto humano e aumenta as possibilidades de associação – um sinal positivo.

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Na sequência de um debate alargado que o Guardian promoveu há dois dias sobre jornalismo cidadão o sindicato dos jornalistas britânicos – NUJ – apresentou um código de conduta para as empresas.
Durante a conversa, Simon Waldman disse o seguinte: “All of this (a participação dos cidadãos) is going to happen regardless of whether anyone round this table thinks it is a good idea or not. All of those photos will go onto weblog or flickr. This is happening, there is no resistance to it. If we try to block it or resist it or say it is not right, it will feel like we are operating on the hard shoulder of the motorway“.
É, no essencial, partindo desse pressuposto que o documento centra atenções em quem publica e não em quem recolhe. São linhas orientadoras que envolvem preocupações deontológicas e de rigor mas também de segurança individual (sugerindo cautela na gestão dos riscos que as pessoas possam correr para aceder a determinada imagem ou informação).
O documento está aqui.
Encontrei a informação no Cyberjournalist.net.

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Ola, soy Rosa…

Em Dezembro apontei aqui que a Reuters estava a fazer experiências com software ‘text-to-speech‘.
Pois o elmundo.es já tem um serviço semelhante em funcionamento que nos dá uma imagem sonora da primeira página e da secção ’60 segundos’, com a possibilidade de descarregar para o nosso computador o som (uma espécie de podcast).
O elmundo.es – já pioneiro em quase tudo no espaço da informação digital em Espanha – torna-se, assim, tambem no primeiro a oferecer ‘podcasts’ (ainda que ‘automatizados’ e sem RSS).
Encontrei a informação original no Periodistas21.

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Leitores também transparentes

O aumento das formas de participação no discurso mediático abriu, naturalmente, um espaço por onde circula não apenas opinião organizada, debate esclarecido, ou informação fundamentada. Circula muito mais – falsidades, rumores, insultos, por exemplo.
Não creio que se pudesse esperar outra coisa. O ciberespaço (ou o que se quiser chamar a esta organização mais ou menos fluída de pessoas e conteúdos, para usar a expressão de Weinberger) não está para além de nós e não se deverá esperar nele encontrar estruturações de relacionamento muito diferentes das que vamos tendo na existência física.
Vem isto a propósito da recente polémica envolvendo o Washington Post e a decisão de encerrar o espaço de comentários no seu blog (uma cronologia das reacções aqui).
Numa conversa posterior que teve com Jay Rosen, o editor-executivo do WP, Jim Brady disse:
I don’t think there are many reporters who oppose thoughtful criticism of their work. What they oppose is being called vulgar names and assigned all sorts of evil motives by people who don’t know them. That’s not a dialogue, in my opinion, it’s akin to shouting insults from a moving car“.
E tem razão. O insulto é inaceitável. O insulto anónimo é inqualificável.
Mas há duas observações importantes a fazer: a surpresa revelada indica ingenuidade ou laxismo (ambas pouco abonatórias) e a decisão tomada foi a menos correcta.
A possibilidade de alargamento do espaço de contacto entre os jornalistas e os leitores não pode ser excluída por razões deste tipo – para contornar a situação há instrumentos como o registo obrigatório e/ou a publicação diferida.
Importa, como escreve Vin Crosbie, que a transparência aumente de parte a parte – “If ‘News is a Conversation,’ then transparency is required among all conversants, including the readers” – mas importa, igualmente, que o jornalismo não desista de se mostrar empenhado.
No caso em apreço, ao que tudo indica, o WP terá já percebido o que está em causa. E Jim Brady promete mudanças para breve.

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aprender, aprender

Numa carta de despedida à comunidade Bayosphere, que ajudou a criar há pouco mais de um ano, Dan Gillmor traça-nos um retrato muito franco do que é – na realidade – operar um espaço de jornalismo cidadão.
O autor de We the Media diz que o balanço foi positivo, mas ficou aquém do esperado:
Although citizen media, broadly defined, was taking the world by storm, the experiment with Bayosphere didn’t turn out the way I had hoped. Many fewer citizens participated, they were less interested in collaborating with one another, and the response to our initiatives was underwhelming. I would do things differently if I was starting over“.
Ancorando-se numa expressão feliz de Esther Dyson – “Faz sempre erros novos” – o texto vale, ainda, pela ’10 lições’ que Gillmor diz ter aprendido.
Sempre atento, o Ponto Media.

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Porque compramos um jornal?

Porque compramos jornais ou revistas?
Pela informação? Pelos anúncios publicitários? Pelos brindes e cupões?
Por certo, fazê-mo-lo, em tempos diferentes e em circunstâncias distintas, por todas estas razões (isoladas ou em simultâneo). E será, talvez, no equilíbrio certo entre esta oferta diversificada e na demarcação clara de territórios (em boa hora o Provedor do Público chamou à discussão um assunto de extrema importância) que pode residir o sucesso de uma publicação de âmbito abrangente.
Mas porque falo nisto?
Porque acompanho com alguma inquietação o que vai escrevendo, por estes dias, Jeff Jarvis sobre o declínio do jornalismo escrito. O argumento mais recente movimenta-se neste sentido: os leitores querem ‘value for money‘ e se isso se garante com brindes ou cupões de desconto, pois seja.
Não creio. É frágil demais, é simples demais e nega por completo as principais ideias associadas à existência (e à necessidade de existência) do jornalismo em sociedades plurais.

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Aumento previstono investimento online

De acordo com o mais recente inquérito da BtoB – “2006 Marketing Priorities and Plans“- a maioria dos 366 responsáveis por departamentos de marketing inquiridos diz que vai haver mais dinheiro para investir no ano em curso. Diz ainda – 72 por cento – que planeia aumentar os gastos online.                                                                                                                                         
Um texto com mais detalhes está aqui e os quadros com os resultados do inquérito aqui.

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Saúda-se a chegada do Provedor do Leitor do jornal Público aos blogs.
Rui Araújo passará, de agora em diante, a disponibilizar neste espaço os seus textos e promete estar atento aos comentários que aí apareçam.
Uma iniciativa importante de um jornal que nos conquistou pela diferença. Venham mais.
Vi a informação aqui e aqui.

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Quem mais ‘esteve’ nos blogs

Na sequência da polémica que se gerou durante a campanha eleitoral para as presidenciais de ontem sobre a eventual parcialidade dos media relativamente a alguns candidatos e – ressalva importante – embora subscreva muito do que se disse sobre as diferenças entre a quantidade e a qualidade da informação resolvi aproveitar a sugestão do José Luis Orihuela e experimentar o Technorati Blog Chart.
O teste foi feito pouco depois das 21h30. Escrevi os nomes dos seis candidatos da forma pela qual são mais conhecidos e pedi resultados para citações em blogs em língua portuguesa.
Os resultados (aqui em formato maior para quem tiver curiosidade) mostram que Cavaco Silva foi, nos últimos 90 dias, o candidato mais citado pelos blogs que o Technorati segue e que essa vantagem se manteve até mesmo no dia das eleições.
Curiosamente – ou talvez não – o candidato que mais se queixou da Comunicação Social, Mário Soares, foi aquele que mais perto ficou do número de citações em blogs do novo presidente.
Garcia Pereira – com citações em menos de 20 blogs por dia até ao início de Janeiro – foi, claramente, o candidato menos referido dos seis.
Embora tudo isto deva ser olhado com cautela, a experiência aí fica.

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