Nunca mais me esqueço dos comentário de José Mourinho a um jogo da selecção nacional durante o Euro 2004. Mourinho não sabia só a altura e o peso dos artistas em campo; sabia qual a sua finta favorita, qual o espaço que melhor ocupavam em campo, como progrediam e como se entendiam uns com os outros.
Muito do que nós, os leigos, dizemos sobre futebol resulta de uma avaliação mais ou menos sistematizada de observações a ‘olhómetro’. Achamos que este ou aquele fazem sempre isto ou aquilo. O Mourinho não achava, sabia.
A nova ferramenta que o britânico Guardian agora disponibiliza – os Interactive Chalkboards – é uma pequena espreitadela ao universo de recursos que estão já à disposição da maioria dos treinadores dos grandes clubes mundiais.
(Pude, por exemplo, perceber muito depressa porque é que o Chelsea perdeu 2-0 com o Liverpool no passado fim-de-semana; porque não ocupou bem o meio-campo, porque não travou a maioria dos ataques adversários, porque foi pouco rematador e quase sempre a partir da mesma zona do terreno).

O Chalkboards, mais do que uma ferramenta para elevar o nível das conversas de café é uma magnífica ferramenta de valor acrescentado para um espaço informativo como um jornal online.
O leitor já não quer só a ficha técnica de um jogo e um ‘relato’ escrito do que se passou de mais importante; quer ser ele a escolher a informação e, partindo daí, quer poder tirar as suas próprias conclusões.
O jornalismo desportivo (também) nunca mais será o mesmo.
[sugestão recolhida no OJB]
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