(Obrigado, André, pelo empurrão 🙂 no post anterior).
Estive uns dias ausente.

Fui a Austin, participar no International Symposium on Online Journalism e, da riquíssima experiência, deixo aqui algumas notas:
1. Vivemos ainda um tempo de experiências, de ensaios, de propostas. O que me pareceu – e isso é algo que considero bastante positivo – é que muitas delas estão já muito mais ancoradas na realidade do que em projecções excessivamente optimistas sobre ‘futuros brilhantes’. Foi muito interessante, por exemplo, perceber que há um modelo de negócio muito particular que funciona num país (a Malásia) mas que a fórmula muito dificilmente se aplicaria a outros mercados. Foi igualmente interessante perceber que a aposta de um periódico colombiano na infografia de grande qualidade está a ter enorme sucesso e – nas condições específicas daquele país – contribui de forma muito relevante para a criação de uma consciência social colectiva [Apresentação de Maria Teresa Ronderos disponível aqui].
2. Definitivamente começa a pensar-se a informação online como algo distinto da informação apresentada no papel / rádio / TV. E, sendo diferente, talvez se deva questionar a avalanche de produção (sobretudo proveniente de gurus e/ou empresas de consultadoria) sobre a fusão de operações ou sobre a chamada integração total. Nunca mais vou esquecer a brilhante apresentação de Torry Pederson, CEO do grupo norueguês VG que – tomando como exemplo a estratégia do seu grupo – nos disse que importa fazer crescer os produtos de forma autónoma (a imagem da cascata com água que corre de forma permanente, sem limites por oposição à garrafa, com conteúdo purificado, num formato fechado, deverá ter sido a mais forte do simpósio para todos os presentes). [Mais sobre a intervenção de Pederson aqui e sobre a estratégia do grupo VG aqui].
3. As mudanças em curso no jornalismo (na actividade mas também na profissão em si) estão a ter efeitos nas redacções; na sua estrutura, na sua organização, nas posições relativas de cada um dos seus elementos, na sua relação com o exterior e na sua relação com a identidade profissional. Nessa, que é também a minha área de interesse pessoal, importará seguir com atenção os contributos futuros de Sue Robinson, Neil Thurman e Chris Anderson (cuja tese de Doutoramento deve ser publicada ainda este ano).
PS: Fotos do simpósio e do encontro iberoamericano de jornalismo digital que teve lugar logo a seguir aqui.
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