A saída de José Mourinho do Chelsea não é apenas o fim de um grupo de trabalho especial responsável por seis títulos desportivos e por dar ao clube um lugar de destaque na ‘primeira liga’ do futebol mundial. Essa é a perda dos adeptos, mas há outras: perde o futebol inglês, perdem as empresas com direitos televisivos sobre os jogos da Premier League, perdem os patrocinadores, perdem os media ingleses.
E talvez por aí se possa começar a perceber porque deram os principais diários ingleses lugar de grande saliência ao assunto nas suas primeira páginas de hoje, ao contrário do que fizeram alguns dos mais importantes diários generalistas lusos.
Jornal de Notícias, Público e 24 Horas entenderam que o assunto do dia (anterior) não merecia ser destaque da edição. Encontraram, certamente, temas muito mais importantes para o seu respectivo leitor médio, tanto mais que esse tal do leitor médio poderia já estar ‘farto de tanto Mourinho’.
DN e Correio da Manhã seguiram o caminho dos desportivos e também o dos principais diários britânicos.
Aqui, naturalmente, podem levantar-se questões interessantes sobre o que fazem, nos dias de hoje, os jornais:
– falam-nos do que queremos ou falam-nos do que acham que é importante para nós?
– Ou é às vezes uma coisa e às vezes outra?
– Ou – de tanto hesitar em tempos difíceis – não é sequer nem uma nem outra?
[…] Media – The (not) so special one… […]
Hilariante a edicao da noite de SIC Noticias, que interrompeu uma entrevista a Pedro Santana Lopes para mostrar Mourinho a chegar a Portugal.
Temos o pais que merecemos?