Feeds:
Artigos
Comentários

Archive for Fevereiro, 2008

Nova Homepage da BBC

Desde meados de Dezembro de 2007 que a nova página de entrada no universo BBC estava já disponível mas só agora se assumiu o fim do período Beta.
A página tem algumas novidades mas a mais significativa – pelo que representa numa casa daquela dimensão – é a quebra simbólica de uma postura ‘we know best’. Os utilizadores vão poder escolher que conteúdos privilegiam e de que forma querem aceder a eles. Parece pouco, mas não é.
Significativo também foi o processo de apuramento deste novo modelo; a página esteve, como se disse, disponível em versão de ensaio desde Dezembro e uma equipa teve a ser cargo ler e, nalguns casos, valorizar um conjunto de sugestões que a BBC procurou recolher através de comentários no seu BBC Internet Blog, através de posts sobre o tema na blogosfera e através de um formulário especial na página de entrada no site.
1. Site – as áreas de interesse estão em caixas que podem ser arrastadas

2. Personalização visual

3. Adaptação a necessidades especiais

Read Full Post »

Num texto que publica no número mais recente da revista Fibreculture, Axel Bruns diz-nos que as alterações produzidas pelo envolvimento das ‘pessoas antigamente conhecidas como a audiência‘ (Jay Rosen) no desenvolvimento de conteúdos altera substancialmente relacionamentos e cadeias de valor.
Diz-nos ainda que é cada vez menos correcto falar de conceitos como ‘produção’ ou ‘conteúdos’ numa lógica industrial. Adianta, assim, que estamos a caminho de uma era de ‘produsage‘ (produso?) – distinta por emanar de comunidades, onde os papéis são fluidos, a propriedade é comum (mesmo que o mérito seja individual) e os artefactos nunca estão acabados – com efeitos que ultrapassam em muito as fronteiras dos media:

In the age of mass media power, the political system was organised along industrial production lines: politicians, media advisors, and journalists produced the content of politics, which was distributed to the masses by way of the media. In spite of standard rhetoric, audiences as consumers of political content had little role other than to consume – much as in other forms of industrial production, the feedback loop back to the producers of politics was relatively poorly formed. This has changed with the rise of networked, peer-to-peer media, however, which have enabled the consumers of politics to respond to the producers at an unprecedented degree. As this trend continues and the balance between mass and networked media shifts further in favour of citizens, it is increasingly likely that the traditional model of politics is no longer sustainable.

Read Full Post »

O cartoon

Imaginemos uma universidade pública nacional, a braços com uma crise financeira, provocado por um misto de desinvestimento do Estado (continuado e, neste momento, já nem sequer disfarçado) e de más decisões de gestão estratégica.

Imaginemos que no mesmo ano em que a Reitoria retem todas as verbas disponíveis em projectos e programas autónomos de investigação decide inaugurar, num dos seus campi, um ‘driving range’ de golf. Uns meses mais tarde, a mesma Reitoria anuncia que não vai ter dinheiro para pagar o 13º mês aos seus funcionários em 2008.

Imaginemos que nessa universidade é publicado um primeiro número de um jornal feito por estudantes de Ciências da Comunicação e distante das influências de associações de estudantes e de quem as controla.

E agora imaginemos que nesse primeiro número do tal jornal – que até fez um curioso percurso, do online para o papel – aparecem notícias (prontamente repescadas pelo Público e pelo JN de hoje), reportagens e um cartoon de enorme qualidade (da autoria de César Évora).

Imaginemos…

Parabéns ao ComUM e aos que a ele dedicam parte substancial do seu tempo.

Read Full Post »

Letras à solta

Soubemos recentemente que o semanário português Expresso foi considerado um dos quatro jornais mais bem desenhados do mundo. O painel de avaliadores procurava arrojo com estabilidade / força serena / coerência do conjunto.
Muito do que agora se faz, do ponto de vista do design de jornais, incorpora imaginários e linguagens de outras áreas, às vezes sabiamente apropriadas (das revistas, da TV e da web, de forma mais notória).
O campo é, porém, ainda trilhado com alguma sobriedade – as páginas ‘tchârân!’ ainda são poucas.
Fazer da surpresa uma busca permanente, não apenas nos conteúdos mas também no design, pode muito bem ser uma forma de os jornais fidelizarem audiências. Se vivemos tempos de fluidez, talvez não continue a ser necessário manter fidelidade a meia dúzia de templates-tipo (que, com o passar dos tempos, facilmente redundam em meia meia-dúzia).
Quem – com muita paciência, reconheça-se! – acompanha a vida errática desta blog saberá já que tenho um apreço muito especial pelo recurso à infografia. Tenho igual parcialidade relativamente às experiência que envolvam a manipulação tipográfica.
Dois exemplos de jornais de hoje (tão longe – um é um diário nacional francês, o outro, um jornal local português – e tão perto):

…e um exemplo de um saudável e libertador desvario (talvez só possível num jornal académico; umjornal de Maio de 2005), da autoria de Pedro Almeida:

A quem gosta do tema recomendo uma passagem frequente pelo blog ilovetypography.

Read Full Post »

A Nielsen Co. anunciou a sua intenção de, em conjunto com uma série de parceiros (entre eles a Ball State University), por em marcha um estudo detalhado dos hábitos de consumo de media de uma amostra seleccionada de norte-americanos; a novidade está no ‘detalhado’ – as pessoas vão ser seguidas em todas as suas rotinas diárias por alguém, de forma presencial (sim, ali, mesmo, ao seu lado, todo o dia…) – mas está, sobretudo, na dimensão (este tipo de estudos, conhecidos como ‘shadow the consumer’, tornam-se muito difíceis de concretizar com grande amostras devido aos custos envolvidos).
Ao todo vão ser gastos 3,5 milhões de dólares e os primeiros resultados devem ser conhecidos ainda este ano.

[Encontrei a informação no EJC, mas o texto original está na AdWeek – publicação pertencente ao universo da Nielsen Co.]

Read Full Post »

A décima edição do estudo ‘Navegantes en la Red‘, promovido pela Asociación para la Investigación de Medios de Comunicación (AIMC), revela que os espanhóis atribuem cada vez mais peso à internet na sua vida diária e que ela está a tornar-se na sua principal fonte de informação.
Elaborado com base em quase 42 mil questionários, o estudo indica que o uso de motores de busca é a principal actividade de quase todos os contactados, mas a leitura de notícias aparece em segundo lugar (86,7 por cento fazem-no com regularidade).
Mais ainda, para 49, 8 por cento, a net é a sua principal fonte de informação e para outros 43,8 é uma fonte secundária mas muito importante. Assim se percebe o quadro seguinte, que nos apresenta as respostas à pergunta:

 “Qual dos seguintes meios lhe faria mais falta se desaparecesse?”

Texto no ElPais sobre o estudo.

[Informação recolhida na newsletter do MMLab]

Read Full Post »

Já por duas vezes aqui foi mencionado o poder visual de uma tag cloud quando especificamente aplicada a conteúdos informativos.
Parece-me que é, sem dúvida nenhuma, um daqueles recursos novos que o jornalismo precisaria de usar com mais frequência, tanto em suporte digital como em suporte tradicional (excluíndo a rádio, claro).
Vem isto a propósito do lançamento do espaço “José Sócrates em discurso directo“, uma iniciativa da rede TubarãoEsquilo, onde é possível aceder a uma imagem visual de todos os discursos do primeiro-ministro nos últimos três anos (basta, para isso, fazer deslocar um cursor numa régua).

Curiosamente (ou talvez não), o jornal Público brinda-nos, também hoje, com um destaque do caderno P2 em torno do mesmo assunto. Uma primeira página muito inteligente e uma paginação interior forte acomodam um texto muito consistente de Miguel Gaspar.
Não há fome que não dê em fartura, diz-se…

Read Full Post »

O lançamento de um novo espaço de jornalismo-dos-cidadãos (Cit-J), o neaju.com, levou os seus responsáveis a enviar um e-mail a docentes e a investigadores de várias escolas de jornalismo do Estados Unidos, onde se podia ler o seguinte:

“As a mentor to future journalists, I am certain you are aware of increasing profiteering and sensationalism that is increasingly dominating American journalism, often at the expense of the value we all hold near and dear to our hearts – journalistic integrity. It is for that reason that we’ve created the first true citizen journalism site on the Internet

Jeremy Littau, estudante de Doutoramento na Universidade do Missouri, decidiu que a oportunidade era interessante para abrir um debate sobre o que é o ‘verdadeiro’ jornalismo-dos-cidadãos; trocou e-mails como Vadim Gorelik (da Neaju) e escreveu um post onde diz:

This is not meant to criticize those doing what they’re doing over at Neaju, but I believe that the sentiments expressed by Vadim get to the heart of a lot of debates we’re having in both the industry and academia about the citizen journalism phenomenon. Is it journalism? Is it news? Are they journalists or citizens doing journalism? What makes Timmy’s art class drawing journalism and not the latest refrigerator-magnet fare?

Vadim Gorelik respondeu:

for most of us, the issue is clear – the problems with journalism of the past say 5-10 years, have forced readers to turn to blogs as their source of news. Back in the analog days, blogs were called editorials, and appeared in every newspaper. But as journalism became what it is, and bloggers discovered that their services are in demand to report news, as well as to comment on it, they became the first massive wave of Internet’s citizen journalists.

Littau comentou (no post de Gorelik):

Nobody has a lock on what defines true journalism, so my point is that the debate itself is silly. So my feeling is put your product out there and judge it by how many people contribute and read.
I’m wholly uninterested in what constitutes “true” journalism; I tend to be way more interested in how to do “better” journalism. If that is happening at Neaju or anywhere else, that is good.
But the point is that these labels (including my search for better journalism) are purely subjective. Thus I don’t sell them as something more than they are. If you can find me a source that gives the once-and-for-all definition of journalism, be my guest.

Este é, de facto, um debate muito importante.
Num momento de alguma turbulência, é fácil perceber tendências que antecipam um futuro para o jornalismo num enquadramento de maior e mais rigoroso profissionalismo e tendências que antecipam o seu completo desaparecimento, por troca com uma rede de espaços colaborativos abertos à participação de (quase) todos.
Mas será que só é possível conceber soluções alternativas?
Será que o jornalismo está mesmo condenado?
Porque é assim tão inevitável o seu desaparecimento (e os ‘velórios sem defunto’ sucedem-se)?
E como enquadrar uma discussão sobre a ‘pureza’ relativa das intervenções amadoras no espaço mediático?

[Sugestão de partida encontrada no Common Sense Journalism]

Read Full Post »

O projecto ‘Newspaper Next‘, do American Press Institute, acaba de divulgar o seu mais recente relatório, sob o título genérico “Making the leap beyond newspaper companies“.
Extracto do texto de divulgação:

In outlining this broad new vision, the report introduces several key new concepts:

  • The idea that newspapers must broaden their vision to become local information and connection utilities, with products and services to touch every consumer and serve every business in a market;
  • The concept of the whole market, a universe of consumers and businesses that reaches well beyond readers and advertisers, and that newspaper companies should be striving to reach and touch;
  • Mega-jobs — important “jobs to be done” that a wide cross-section of any market will want and need, and therefore the first that newspaper companies should seek to address.

Read Full Post »

Humor…avec du style

(Mesmo correndo o risco de saber que o tema escapa à área de atenção central deste blog) Sugiro a audição desta deliciosa risada musical sobre a nova primeira dama francesa.
Diga-se, em abono da decisão de aqui a divulgar, que as referências ao assunto estão a espalhar-se de forma explosiva na blogosfera francófona…
Pela mão de Les Moquettes Coquettes, Carla Brunette…PLAY

[sugestão recolhida no mediaTIC]

Read Full Post »

Alívio?

Tempos sombrios? stress a mais?  dinheiro a menos?  muitas dúvidas?
Uma ajudinha para jornalistas em momentos de desespero, este ‘confessionário’ digital – AngryJournalist.com
Exemplo de desabafo:

I’m angry because on Saturday I was shooting video with my left hand and stills with my right. That, and our three-person staff is expected to produce over 700 pointless, wretched videos this year.
I love multimedia, but why do we think the public will just love the crap we churn out in a couple of hours?

[Sugestão recolhida no Journalistopia]

Read Full Post »

Independentemente da simpatia política que possamos ter por um ou outro candidato à presidência nos Estados Unidos parece-me claro que o ‘trio emergente’ é composto por profissionais competentes.
São gente da política, sendo que isto precisa de ser entendido no bom sentido.
São gente que domina os dossiers, que fala do que importa, que apresenta planos e mais planos, todos muito detalhados.
São gente com projecto.
(McCain, Hillary, Obama).

E quando vemos o que will.i.am (dos Black Eyed Peas) fez com um poderoso discurso de Obama sentimos ainda mais desespero ao ensaiar comparações; os de cá andam a falar dos casinos que deram ou deixaram de dar e dos casotos com amarelejos, azulejos e janelucos que aprovaram sem ter aprovado…a distância é abissal!

Read Full Post »

Os ‘dias não-complicados’ já lá vão (estas generalizações que apresentam uma imagem romântica e serena do passado são sempre problemáticas, naturalmente, mas isso daria lugar a um outro post… 🙂 ) e a relação entre os jornalistas e as suas audiências é agora cada vez mais assimétrica.
No post imediatamente anterior falou-se, precisamente, de leituras em torno do conceito de crise. Muitos há que o esticam por forma a preconizar o fim do jornalismo enquanto actividade exercida por um grupo profissional com regras, procedimentos e compromissos específicos. Howard Owens não avança tão longe mas diz-nos que, estando em curso uma mudança, o jornalista vai continuar a ser necessário, se bem que necessite de cumprir um novo conjunto de tarefas.
São, no fundo, novos papéis:

– garante de rigor ético
– contextualizador
– líder de conversas
– Agregador
– Fornecedor de informação relevante em primeira mão

…um céptico diria que o bom jornalista já faz isto mesmo…mas isso…

Read Full Post »

A pergunta – assim, tal e qual – é hoje lançada em tom de desafio por Jeff Jarvis no seu Buzzmachine. A ideia surgiu-lhe depois de ter lido este texto do New York Times sobre a crise no negócio onde se diz a dada altura:

In 2007, combined print and online ad revenue fell about 7 percent. In the last six decades, only one other year — 2001, when there was a recession — had a steeper decline, according to the Newspaper Association of America. Adjusted for inflation, 2007 ad revenue was more than 20 percent below its peak in 2000.

Jarvis diz-nos que o diagnóstico há muito está feito e que importa agora pensar em soluções.
Daí o desafio.
E que respostas recolheu?
Para já…algumas mais radicais…

1. I’d go 100% on-line
2. use the unused paper to make ethanol
3. then I’d sell the building
4. $$$ profit

…outras provocadoras…

Use the paper to publish the best of what comes up online.

Read Full Post »

Older Posts »