No congresso da SOPCOM que terminou este fim de semana (blog com pormenores aqui) foi muito discutido o futuro do jornalismo, não apenas nas sessões temáticas específicas, mas também noutras sessões, incluindo as plenárias.
Embora a necessidade de mudança seja já assumida como uma quase inevitabilidade há divergências e, sobretudo, incertezas sobre os caminhos a seguir:
– reafirmação do profissional ou abertura ao amador?
– recentrar a actividade em torno de princípios, valores e modos de produção estabelecidos ou abri-la a construções discursivas mais próximas da coloquialialidade, mais arbitrárias na agregação de factos, mais experimentais em termos de partilha de inputs?
– apostar numa reforma de géneros tradicionais ou em estratégias informativas mais fluidas?
Tendo estas opções sido apresentadas em formato de dicotomia penso, porém, que não estamos perante um cenário de alternativas simples; em muitos casos, vamos certamente ter ‘isto E aquilo’ em vez de ‘isto OU aquilo’.
E é nesse sentido que vejo como muito positiva uma aproximação, por exemplo, entre o universo do jornalismo e o universo dos jogos.
Os ‘casual games’ podem ser a porta de entrada porque, em muitos aspectos, trazem ao jornalismo muito do que procura para si nestes tempos – a interacção, a recolha de informação adicional, a criação de comunidades, a visualização de questões complexas.
A urgência – aqui como noutros domínios – é grande.
Há espaço vital em aberto e o jornalismo precisaria de nele marcar presença, sob pena de vir a ser ocupado apenas por grupos de interesses mais ou menos organizados, mais ou menos transparentes.
Aqui fica, com exemplo, um jogo – ao estilo SimCity – em que a pretrolífera Chevron nos dá a possibilidade de gerir os custos económicos, ambientais e de segurança de uma política energética.
(Obrigado Nelson Zagalo – sempre atento responsável pelo surpreendente Virtual Illusion)